quarta-feira, 11 de julho de 2007

Nos pênaltis, no sufoco, o Brasil se classifica para a final

- Com a arbitragem do colombiana Oscar Ruiz, o Brasil enfrentou, em Maracaibo, a seleção do Uruguai, na busca por uma vaga na final. A seleção de Dunga entrou no gramado do estádio José Encarnación com a mesma equipe que massacrou o Chile. O Uruguai entrou com uma formação de três zagueiros, Lugano, Scotti e Rodríguez, mas com um apoio ofensivo forte pelo lado esquerdo, com as descidas de Fucile. No ataque, Recoba e Forlán. Além da moral obtida na goleada sobre os donos da casa, os uruguaios entraram com um bom retrospecto recente contra o Brasil. A última vitória brasileira no tempo normal foi na final da Copa América de 1999, 3 a 0. De lá pra cá, o resultado que mais tem se repetido é o empate. Na última Copa América, a seleção brasileira empatou por 1 a 1 com o Uruguai nas semifinais, mas venceu nas cobranças de pênalti. A partida da noite de ontem não seria muito diferente daquela anterior.

Blecaute defensivo
- O jogo começou com certo equilíbrio, nenhuma das equipes conseguia impor o seu ritmo, e com muita luta pela posse de bola no meio-campo. Era o jogo de duas boas defesas, que se recuperaram depois do fracasso na estréia. Mas o Brasil se mostrava ligeiramente melhor no ataque, conseguia trabalhar, mesmo que timidamente, a bola pelas laterais. E foi assim que a equipe de Dunga abriu o placar. Júlio Baptista avançou pela direita e rolou para a grande área. Vágner Love não dominou, Mineiro parou no goleiro Carini, mas Maicon conseguiu completar para o gol, aos 13 minutos (foto acima: AP). Dois minutos após o gol, quando o Brasil chegava com Robinho pela direita, o refletor do lado do ataque brasileiro se apagou. O árbitro Oscar Ruiz paralisou a partida por 13 minutos e decidiu que havia condições de jogo. O confronto ficou mais aberto, com o Uruguai mais presente no campo de ataque, mas ainda assim sem muita eficiência. O Brasil também não se comportava bem no ataque e tentava sair pelos contra-ataques. Aos 39, Baptista cobrou falta à direita do gol, porém o Uruguai chegaria com mais perigo dois minutos depois. Recoba foi busca a bola no meio-campo, passou por dois marcadores brasileiros e dividiu com a zaga. A bola sobrou limpa para Forlán, que dominou, na entrada da área, e chutou forte. Doni voou bonito e fez espetacular defesa com a mão direita. Aos 43, Recoba recebeu no lado esquerdo e chutou com força com a perna direita. Mas Doni fez nova importante intervenção. O Brasil deixou o Uruguai crescer na partida, fazendo um jogo muito burocrático e pouco empolgante. A seleção de Dunga responderia por duas vezes, com boas descidas de Maicon. No entanto, a seleção de Oscar Tabárez chegaria ao empate aos 49 minutos. Recoba cobrou escanteio fechado, para dentro da pequena área. A jogada que vinha sendo utilizada desde o começo da partida enfim deu certo. Doni se enroscou com a própria zaga brasileira e não conseguiu tirar o perigo como gostaria. A bola caiu no pé de Forlán, que dominou livre e chutou no canto esquerdo para igualar o marcador (foto ao lado: Reuters). Blecaute na zaga brasileira. Mas, para a sorte dos brasileiros, também faltaria energia na zaga adversária, ainda no primeiro tempo. Aos 53, Maicon fez uma bela cobrança de falta do lado direito, a bola passou por toda a zaga uruguaia e Baptista desviou para o gol, deixando o Brasil em vantagem. Três minutos depois, Vágner Love por pouco não ampliou, mas acabou, depois de driblar o golero Carini, chutando para fora.

Recuou, tem que rezar...para não sofrer gol
- Foi isso o que o Brasil fez na segunda etapa. Recuou, começou a assistir o jogo, abdicou do ataque e esperou o jogo passar, rezando para que o Uruguai não empatasse o jogo. A seleção de Dunga até começou o segundo tempo melhor, com mais controle do jogo. Mas logo o Uruguai tomou a iniciativa ofensiva e passou a dominar a partida. Não atacava com muita profundidade, apenas circundava a grande área brasileira, na busca de um espaço para atacar com mais ímpeto. O Brasil se mostrou tímido no ataque, não buscava tomar a bola adversária e sair com velocidade. Adotou a postura utilizada nas partidas anteriores às quartas-de-final: recuar para manter o resultado. E acabou pagando o preço por isso. O Uruguai foi modificado antes do início da segunda etapa. Recoba, não totalmente recuperado de lesão, e Rodríguez deram lugar a Abreu e González. Aos 24, o atacante Abreu empatou a partida novamente. Cristian Rodríguez, que não vinha jogando bem, passou pela esquerda e cruzou. Forlán desviou e Abreu apareceu pelo lado direito, para mandar para o gol. Com muita luta, muita persistência, os uruguaios chegaram ao merecido empate. Quando o Brasil quis acordar, já não dava mais tempo. Dunga colocou em campo Diego, e, mais tarde, Afonso Alves. Mas a postura pouco mudou. A partida terminou empatada e a vaga seria decidida em uma emocionante série de cobranças de pênalti.

Lugano, mais brasileiro do que nunca
- Na primeira rodada de penalidades, Robinho fez para o Brasil e Forlán bateu no meio do gol, facilitando a defesa de Doni. Depois, Juan e Gilberto Silva, Scotti e González converteram as suas cobranças. Chegou a vez de Afonso Alves, desconhecido do povo brasileiro, vice-artilheiro da última temporada européia: na trave. Cristian Rodríguez fez o dele e empatou a série. Diego e Abreu converteram as últimas cobranças, antes da série alternada. Fernando, também desconhecido, volante do Bordeaux: na trave. Pablo García, ex-jogador do Real Madrid que ajudou o Celta a cair para a segunda divisão, tinha em seu pé esquerdo a chance de levar o Uruguai para mais uma final, coisa que não acontece desde 1999. Mas ele bateu forte demais, acertando apena a trave direita. O lateral Gilberto fez para o Brasil e deixou toda a responsabilidade para Lugano, o mais brasileiro dos uruguaios. O zagueiro defendeu o São Paulo em uma passagem de muito sucesso. Ele conquistou um Campeonato Paulista, uma Taça Libertadores da América, além do título do Mundial Interclubes. Também atuou em parte da campanha do Brasileirão do ano passado, o qual o São Paulo também conquistou. Jogou por quase três anos pela equipe do Morumbi e deixou saudades. Ontem, ele tinha a chance de recolocar o Uruguai na final de uma competição continental. Ele bateu mal, no meio do gol e Doni defendeu mais uma vez (na foto acima, o desolado Lugano lamenta o erro na cobrança: AP). O goleiro brasileiro se adiantou bastante na penalidade, mas a arbitragem, que não vinha observando o posicionamento dos goleiros, preferiu não mandar voltar a cobrança, mesmo com a veemente reclamação dos uruguaios. O Brasil teve muitas dificuldades diante do Uruguai. Teve a corda no pescoço nas cobranças de pênalti, mas se mostrou mais eficiente nos momentos decisivos. Na noite de hoje, Argentina e México decidem a outra vaga para a final. O desfecho do torneio promete ainda mais emoção, principalmente se a Argentina passar para a final, repetindo a final de três anos atrás.

Um comentário:

Anônimo disse...

isso ai, quero ver a argentina hoje.rs

abraços