segunda-feira, 2 de julho de 2007

Robinho garante vitória brasileira e México se classifica

- O domingo foi decisivo para as seleções do grupo B. O Brasil enfrentou o Chile, precisando da vitória, e, graças à espetacular atuação de Robinho, conquistou sua primeira vitória na competição. O México pegou o Equador, que também precisava da vitória. Mas os mexicanos não deram chances e conseguiram a classificação antecipada para as quartas-de-final. Na última rodada, a ser realizada na quarta-feira, o Chile decide seu futuro diante do México e o Equador tenta vencer, conseguir o terceiro lugar e complicar a vida do Brasil na competição.

Se não fosse ele...
- Brasil e Chile atuaram no estádio Monumental, que fica na cidade de Maturín. Dunga, como esperado depois do fracasso da estréia, modificou a seleção brasileira. Ele trocou Diego por Ânderson, esperando maior movimentação do meio-campo brasileiro, especialmente no lado direito. O Chile entrou com uma formação bastante defensiva, com apenas um atacante: o perigoso Suazo, que marcou um bonito gol contra o Equador, na estréia. O retrospecto dos chilenos não é nada bom contra os brasileiros. Depois de uma vitória em Santiago por 3 a 0, nas Eliminatórias para a Copa de 2002, o Chile nunca mais venceu o Brasil. Desde então, são 4 vitórias brasileira e 1 empate. Uma delas conquistada na campanha vitoriosa do Brasil na última Copa América. Um a zero, gol de Luis Fabiano no fim do jogo. A partida deste domingo também prometia um jogo duro entre as duas seleções. O começo do Brasil foi promissor. Ânderson e Robinho conseguiam trabalhar a posse de bola no campo de ataque, mesmo com as dificuldades impostas pela ferrenha marcação chilena. Mas isso só aconteceu nos primeiros 10 minutos. O Chile começou a aproveitar os erros adversários e levar perigo ao gol brasileiro. Aos 10, Suazo recebeu na meia-direita, cruzou, mas Mark González cabeceou muito mal, à direita do gol de Doni, que se manteve entre os titulares para esta partida. Mesmo com a boa chegada, o Chile não se arriscava muito no ataque. Preferia um jogo truncado, amarrado no meio-campo, já que o empate era um resultado bastante satisfatório. A partida também foi muito faltosa, principalmente no primeiro tempo (na foto acima, Robinho discute com Valdívia: AP). O volante Meléndez saiu machucado antes dos 20 minutos. Maicon também se contundiu e teve que ser substituído minutos depois. Daniel Alves entrou em seu lugar. A mudança, apesar de puramente ocasional, poderia fazer diferença na seleção brasileira. O lateral do Sevilla se manda mais para o ataque e sabe trabalhar melhor a bola que Maicon. O Chile ainda era melhor na partida. Mantinha a bola no meio-campo e por algumas vezes conseguia penetrar a zaga brasileira, guiado por Valdívia. Aos 29, González apareceu bem na entrada da área, mas finalizou mal novamente. O Brasil respondeu instantes depois. Dani Alves bateu cruzado, com perigo à esquerda do gol. Faltava para a seleção ao menos trabalhar a bola pelas laterais. Quando o fez, conseguiu a marcação de um pênalti a seu favor. Aos 34, Gilberto cruzou da esquerda, a bola desviou na zaga e, na sequência, Vagner Love foi atropelado pelo zagueiro Riffo, dentro da grande área. Apesar da reclamação dos chilenos, o pênalti foi claro. Robinho cobrou mal, o goleiro ainda chegou a tocar de leve na bola, mas não conseguiu evitar o primeiro gol do Brasil nesta Copa América. O gol melhorou o jogo. O Chile começou a partir para o ataque com mais frequência e quase chegou ao empate. Aos 42, Mark González teve a sua terceira chance de marcar, mas cabeceou fraco, facilitando a defesa de Doni. Dois minutos depois, o Brasil respondeu. Robinho partiu em velocidade pela direita, quase perdeu a bola para o goleiro Bravo, que saiu desesperado do gol para parar o contra-ataque, mas conseguiu tocar para trás. Dani Alvez cruzou e Mineiro mandou por cima do gol. O Brasil não atuava bem, havia finalizado para o gol apenas uma vez no primeiro tempo. Na segunda etapa, Dunga tirou Ânderson e colocou em campo Julio Baptista. Logo aos 6, ele criou a primeira chance de perigo do segundo tempo. Vagner Love recebeu de Baptista e bateu cruzado para a defesa de Bravo. O Chile chegaria em bola parada de Suazo, aos 13 minutos, que passou por cima do gol de Doni. O Brasil continuou com os mesmos problemas do primeiro tempo e ainda adotou uma postura de time pequeno: esperar o Chile no campo de defesa e tentar ampliar o placar nos contra-ataques. Enquanto a equipe de Dunga parecia satisfeita com o 1 a 0, os chilenos chegavam perto do empate. Aos 25, Suazo recebeu em velocidade, invadiu a área e passou por Doni, Juan e Alex. A bela jogada só não terminou em gol, porque Juan se recuperou e interceptou a finalização do atacante chileno. Porém havia um homem na seleção que estava disposto a honrar a amarelinha. Esse era Robinho, que explodiu na segunda metade da etapa final, como fez no jogo contra o México. Só que desta vez ele marcou gols, coisa que não conseguiu fazer na estréia da seleção. Aos 39, Josué, que entrou durante o segundo tempo, lançou a bola de qualquer maneira para o campo de ataque. Vagner Love dominou na grande área e deu um belo passe para Robinho ampliar o placar, tocando com muita categoria por cima do goleiro. Dois minutos depois, ele faria o terceiro dele na partida e selaria a vitória brasileira. O ex-santista recebeu na direita, passou com extrema facilidade por dois marcadores e bateu rasteiro com a perna esquerda, no canto direito do gol. Robinho dedicou a vitória para sua noiva, que fazia aniversário ontem e espera um filho do atacante (na foto acima, ele embala seu futuro filho como Bebeto na Copa de 1994: Reuters). O Brasil atuou abaixo do esperado e não merecia ter vencido por um placar tão elástico. Elano e Mineiro não têm se apresentado bem. Apresentam falhas de marcação no meio-campo e não ajudam o ataque como deveriam. Os laterais não vão ao ataque com a frequência que fazem em seus clubes e Vagner Love já pensa em escrever um monólogo sobre a sua insólita posição em campo. Mas Robinho foi impecável. Ele foi o Brasil diante do Chile. Construiu a vitória sozinho, e, se não fosse por ele, a equipe de Dunga não passaria para a segunda fase. A vitória dá confiança para a seleção, que enfrenta o quase eliminado Equador na quarta-feira. Se Robinho jogar pelo menos metade do que jogou até aqui, o Brasil passa fácil. Mas é bom que Dunga conserte essa equipe para a sequência do torneio. Maicon, que caiu sobre o próprio corpo e saiu com o ombro esquerdo machucado, não será cortado do elenco, mas, possivelmente, não atuará na última rodada. Elano também se machucou, teve um ferimento na cintura, mas não deve ser problema, segundo o médico da seleção, José Luís Runco.

México vive sonho. Equador vive pesadelo.
- Depois da contundente vitória sobre a seleção brasileira na estréia, os mexicanos foram para a partida contra o Equador com muita confiança. E não era para menos. O Equador sofreu uma amarga virada diante do Chile e teria muito trabalho em passar pela equipe do ex-craque Hugo Sánchez. Nos primeiros minutos, o México adotou uma postura defensiva, esperando o adversário em seu campo de defesa e saindo em velocidade para o ataque. E deu certo. Rafa Márquez saiu do campo de defesa para ajudar o ataque mexicano e passou para Castillo. O desafeto dos brasileiros se antecipou ao zagueiro Hurtado e finalizou com tranquilidade para o gol (na foto abaixo, Castillo (à esquerda) comemora o gol com Ramón Morales: Reuters). O Equador sentiu que deveria buscar o resultado e partiu para o ataque. Aos 36, até marcou através de Valencia, mas o árbitro boliviano René Ortubé invalidou o gol corretamente. Depois da falta de De La Cruz que foi desviada na barreira, Valencia tocou para as redes em posição irregular. Sem conseguir o domínio total da partida, o Equador ainda viu o México desperdiçar boas chances no fim da primeira etapa. A melhor delas aconteceu aos 39 minutos. Arce bateu de fora da área e o goleiro Mora espalmou. Arce finalizou novamente no rebote, mas Espinoza salvou a pele do Equador tirando o gol em cima da linha. Para a segunda etapa, o técnico equatoriano tomou medidas em busca do empate. Ele colocou o lateral são-paulino em campo, tentanto melhorar a variação ofensiva da equipe. O Equador pressionou por toda a segunda etapa, mas esbarrou em finalizações erradas e no goleiro Sánchez. O México aproveitou a fragilidade adversária e conseguiu ampliar o placar. Blanco, que havia entrado no lugar de Castillo, fez um belo cruzamento e Bravo, que também veio do banco, completou para o gol. O Equador chegou a diminuir o placar com Méndez, aos 39 minutos. Mas já era tarde. O México mereceu a classificação antecipada e já sonha em chegar ao título. Ainda terá muitos desafios pela frente, mas a equipe mostrou uma rara eficiência nas duas partidas que disputou. Contra o Chile, a equipe busca garantir a primeira posição do grupo B. Já o Equador, definitivamente, entrou em crise e terá que torcer por uma série de combinações para se classificar como um dos melhores terceiros colocados, isso se vencer o Brasil na última rodada. O técnico Luís Fernando Suárez já fala em tom de despedida e considerou um fracasso a campanha do Equador no torneio. "Sempre existe um momento de desgaste, não sei se é agora, mas acho que vou continuar na seleção por menos tempo. Isso é uma certeza", declarou Suárez sobre sua possível saída. Se não se classificar, o que é provável, o Equador acumulará mais um fracasso no torneio. Em 2004, depois da classificação inédita para a Copa do Mundo de 2002, esperava-se uma boa campanha, mas os equatorianos caíram na primeira fase. Em 2001 e em 1999, aconteceu o mesmo. E a marca negativa deve perdurar por mais uma edição.

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