domingo, 8 de julho de 2007

Sábado de redenção

O acordar de um gigante
- Enfim o Uruguai mostrou porque é a seleção que, ao lado da Argentina, possui mais títulos da Copa América. A equipe de Oscar Tabárez jogou como grande diante da Venezuela e saiu do
Estádio Pueblo Novo, em San Cristóbal, com um bela goleada de 4 a 1. O primeiro tempo foi de equilíbrio, mas o Uruguai, com a qualidade do meio-campista Recoba, que pela primeira vez começou como titular, depois de se recuperar de contusão, soube se impor na partida. Aos 37 minutos, Forlán desencantou e abriu o placar pela primeira vez nesta Copa América. O Uruguai inteligentemente cobrou falta rápida de antes do círculo central, ao encontro do atacante. Ele dominou, invadiu a área e abriu o placar (na foto ao lado, Rodríguez - à esquerda, Fucile e Forlán comemoram o primeiro gol: Reuters) euforia pela equipe, inclusive pela comissão técnica. Mas a Venezuela encontrou o gol de empate ainda no primeiro tempo. Arango deu o ar da graça nesta Copa América e marcou para os venezuelanos, de falta. Porém, o futebol de muita garra e vigor uruguai. O gol foi comemorado com extremao estaria presente também na etapa final, para a infelicidade da torcida venezuelana. Aos 19, o volante Pablo García apareceu de trás, tabelou e acertou um chute certeiro, que entrou milimetricamente no ângulo esquerdo do gol. A vitória parcial do Uruguai silenciou a torcida local, que ainda esperava alguma reação da equipe anfitriã do torneio. Mas os uruguaios colocaram a Venezuela em seu lugar de costume, o de coadjuvante. No fim da partida, com a equipe adversária desorganizada defensivamente, a celeste transformou a vitória simples em goleada. Cristian Rodríguez e Forlán garantiram o Uruguai nas semifinais do torneio, para, novamente, enfrentar a seleção brasileira. Em 2004, o confronto contra o Brasil terminou em 1 a 1, mas a seleção canarinho levou a melhor nas cobranças de pênalti e se sagraria campeã do torneio. Desta vez, Forlán e companhia querem fazer o mesmo que Ghiggia e a celeste da Copa do Mundo de 1950: eliminar o Brasil e chegar ao título. São torneios diferentes, é verdade. Mas, para este Uruguai, uma vitória sobre o Brasil pode significar o renascimento de um antigo gigante do futebol mundial. Talvez essa equipe não carregue o mesmo brilho de outras décadas. Mas o futebol aguerrido e de muito vigor fez-se valer diante da Venezuela e dará trabalho para a seleção de Dunga.

O Chile no chinelo
- A expressão acima não é minha. O jornalista Antero Greco soltou-a na noite de ontem, ao falar sobre a impecável atuação brasileira diante do Chile. O trocadilho, marca dos comentários de Antero, é sonoro, engraçado, e ilustra muito bem o que foi a melhor partida do Brasil nesta Copa América. A seleção de Dunga começou a partida com a mesma formação que enfrentou o Equador, salvo a volta de Maicon ao time titular. O Chile entrou em campo desfalcado do meia Valdívia e com um escândalo que vai dar muito o que falar depois do término da competição. Na noite de quinta-feira, os jogadores chilenos comemoraram a classificação para as quartas-de-final de uma forma, no mínimo, reprovável. Como afirmam alguns jornalistas, cinco jogadores teriam bebido em excesso, causado confusão no restaurante do hotel, e até abusado de funcionárias do estabelecimento.
- O Brasil começou a partida jogando com certa cautela, mas definindo os lances com muita rapidez. Antes dos 10 minutos iniciais, Vágner Love chegou por duas vezes com perigo ao gol de Bravo. Seis minutos depois, Juan abriu o placar. Depois do escanteio do lado esquerdo, Maicon ajeitou na primeira trave e o zagueiro, que vai jogar na Roma, completou de cabeça (na foto acima, ele - no meio - comemora o primeiro da seleção: Reuters). A jogada ensaiada, levada muito a sério por Dunga e Jorginho nos treinamentos e deixada de lado na era Parreira, fez a diferença. Mas a seleção não ficou apenas nisso. Se nas vitórias brasileiras, apenas Robinho mostrou um futebol de qualidade, desta vez, todo o time brasileiro atuaria com muita competência. Os volantes se apresentavam bem ao ataque e a seleção atacava com velocidade, fluidez e eficiência. O Chile, seja pelo escândalo de dois dias antes ou não, marcava muito mal e, sem Valdívia, tinha pouca qualidade para mostrar no campo de ataque. Aos 22, Júlio Baptista ampliou o placar, depois de receber bola de Vágner Love e chutar forte no canto direito do gol. O jogador do Real Madrid também apresentou uma boa movimentação e se mostrou um jogador de muita utilidade para o ataque brasileiro. A seleção chilena, extasiada pela atuação brasileira, tentou partir para o ataque, mas esbarrou na falta de tranquilidade. Tranquilidade que Robinho teve de sobra para fazer 3 a 0, aos 28 minutos. Ele recebeu de Mineiro e chutou rasteiro, no canto direito, aproveitando a frágil e medíocre marcação chilena, que nem sequer cercava o ataque brasileiro. Os chilenos mostraram que havia outra equipe em campo aos 31 minutos, quando Mark González acertou o travessão, surpreendendo o goleiro Doni, mal posicionado.
- O técnico do Chile, Nelson Acosta, colocou Valdívia na segunda etapa, querendo ressuscitar a equipe chilena, que voltou com uma postura mais disciplinada e ofensiva para o jogo. Porém, o Brasil logo foi mostrando que as coisas estavam realmente difíceis para o Chile. Aos 5, Gilberto fez um excelente cruzamento da esquerda, Vágner Love não conseguiu desviar para o gol, mas Robinho apareceu a tempo para ampliar o marcador e fazer o sexto dele na competição, disparando na liderança dos artilheiros. O Chile bem que tentou reagir, mas esbarrou no goleiro Doni e na falta de pontaria. Já o Brasil esbanjou destreza ofensiva. Aos 23, Josué fez o quinto. Gilberto recebeu do volante do São Paulo e cruzou para a grande área. Afonso Alves, que havia entrado instantes antes no lugar de Robinho, parou no goleiro Bravo, mas Josué estava no lance para marcar o primeiro dele pela seleção, coroando uma belíssima atuação (foto ao lado: Reuters). Belo também foi o gol do Chile, que diminuiu o placar aos 30 minutos. Suazo recebeu de Valdívia, aplicou um lindo drible em Gilberto e marcou por cobertura, na jogada que envolveu os jogadores chilenos de maior talento. Falando em talento, Vágner Love provou que o possui. Ele conseguiu marcar o gol que tanto queria aos 39, depois de uma boa troca de passes com Elano, espantando a maré de azar que vinha acompanhando o jogador nesta competição.
- O Brasil enfim atuou como candidato a campeão, com uma apresentação que dá confiança para o confronto contra os uruguaios. A histórica goleada recolocou a equipe na posição de favorito à conquista da competição, marca que o time sustentou apenas antes do início da Copa América. A seleção jogou com muita eficiência, definindo os lances com velocidade e boa pontaria. O meio-campo conseguiu impor o seu ritmo de jogo e se defender muito bem, sufocando o adversário, roubando a bola e saindo com ímpeto para o campo de ataque. A boa movimentação também foi um ponto essencial para que o Brasil saísse com uma vitória tão contundente diante do Chile. Para vencer o Uruguai na terça-feira à noite, a seleção terá que jogar com a mesma inteligência e competência, fugindo da forte marcação da celeste e se protegendo da força ofensiva adversária.

3 comentários:

H. Junior disse...

eu axo q da proxima fase o brasil não passa

=///

abraço e argentina campeã

Gerson Sicca disse...

O Uruguai foi melhor, mas não se pode levar muito a sério, afinal, o adversário era a Venezuela, que não é tudo isso. Acho que o brasil passa, mas vai ter q jogar bola, assim como fez contra o Chile.

sonacanela.blogspot.com disse...

Se o Brasil jogar sério, não tem pra ninguém. abrcs.