quinta-feira, 12 de julho de 2007

Argentina goleia e pega Brasil na final

- A Argentina, sem muitas dificuldades, passou pelo México na noite de ontem, em jogo valendo pelas semifinais. A final entre argentinos e brasileiros será a décima na história da Copa América. E os argentinos levam vantagem no confronto. São 8 títulos em cima dos rivais, contra apenas 1 do Brasil, conquistado exatamente em 2004. Já o México decidirá o terceiro lugar contra o Uruguai, no sábado.
- Os mexicanos estavam temerosos em perder o atacante Nery Castillo por contusão. Mas o atacante se recuperou da torção no joelho esquerdo a tempo e entrou em campo contra a Argentina. Quem ainda não se recuperou e talvez nem dispute a final é Crespo, goleador da Argentina. Depois da lesão na coxa sofrida no jogo contra a Colômbia, ainda na primeira fase, o atacante perdeu seu lugar na equipe titular. Diego Milito não vinha mostrando a mesma qualidade do antigo titular e deu lugar a Tévez, que, depois do ótimo segundo tempo contra o Peru, ganhou a posição de titular. O México começou jogando na defesa, esperando o time argentino e propondo sair com velocidade nos contra-ataques. Aos 9, Cacho recebeu na entrada da área, mas bateu por cima do gol de Abbondanzieri. A Argentina respondeu aos 12. Zanetti fez bela jogada pela direita, mas bateu mal, em cima do goleiro Sánchez. O jogo teve um certo equilíbrio na primeira etapa, muito pelo domínio da posse de bola pela Argentina, ineficiente com Riquelme bem marcado, muito pelas chegadas de perigo do México, que não aconteciam com tanta frequência. A Argentina atacava com muita lentidão e não conseguia envolver a zaga mexicana como nos outros jogos. Com Riquelme bem observado pelos volantes mexicanos, os argentinos não fizeram um bom primeiro tempo. O México, mesmo não encontrando uma equipe tão frágil na marcação como o Paraguai, observou uma certa insegurança na dupla de zaga Ayala e Gabriel Milito e até chegou com perigo ao gol adversário. Aos 35, Guardado recebeu pela esquerda, deixou dois marcadores no chão e acertou a trave esquerda do gol. A Argentina reagiu aos 41. Riquelme conseguiu sair da marcação e fez belo passe para Tévez, que entrava na grande área em diagonal. O atacante, porém, chutou nas mãos do goleiro. Aos 44, Riquelme partiu pelo meio e foi derrubado por Torrado. Na cobrança de falta, Heinze se antecipou ao goleiro e abriu o placar no estádio Polideportivo Cachamay, em Puerto Ordaz (foto acima: Reuters). Em jogada ensaiada, a Argentina conseguiu marcar um gol, que daria mais tranquilidade à equipe durante a partida. Aconteceu a mesma coisa na estréia dos argentinos, diante dos Estados Unidos. Um jogo complicado, de forte marcação, mas que foi mudado através de um gol de bola parada, uma arma que a Argentina tem sabido usar com eficiência.
- O técnico Hugo Sánchez colocou o México no ataque na segunda etapa. Ele tirou o atacante Cacho e colocou o também ofensivo Omar Bravo, e colocou o meia Medina no lugar de Torrado, um dos homens que vinha acompanhando Riquelme na marcação. Logo aos 9, o México mostrou que estava disposto a buscar o resultado. Castillo recebeu na grande área, mas chutou no travessão. Porém, a eficiente equipe da Argentina mostrou tranquilidade e, principalmente, muita qualidade no ataque. Aos 16, Tévez recebeu lançamento da esquerda, dominou e fez um ótimo passe para Messi, livre pelo lado direito. O atacante do Barcelona recebeu na grande área e colocou por cobertura, marcando um golaço (foto abaixo: Reuters). No minuto seguinte, Riquelme recebeu na entrada da área, mas foi travado por Magallón. A pressão inicial do México logo desapareceu com o jogo cadenciado e competente da argentina. Aos 19, Tévez foi bloqueado por Rafa Márquez e sofreu pênalti. Na cobrança, Riquelme bateu com muita categoria e ampliou o placar. Palacio ainda desperdiçou um gol incrível, aos 33 minutos, na porta do gol. O México desistiu de buscar o resultado e a Argentina manteve o jogo sob seu controle, garantindo a vaga para a final de domingo.
- Os argentinos têm jogado um futebol de primeira nesta Copa América. Mostram eficiência nas finalizações, sabem trabalhar a bola no meio-campo e são, até certo ponto, seguros na defesa. Não totalmente seguros, porque a zaga argentina não tem mostrado eficiência em jogadas de bola parada e em bolas enfiadas. Por ter vencido todas as partidas, até com certa facilidade, a Argentina chega para enfrentar o Brasil na condição de favorita ao título, que seria o 15° da história da seleção alviceleste. Porém, a equipe de Alfio Basile terá um Brasil diferente pela frente. O esquema armado por Dunga promete forte marcação no meio-campo, especialmente sobre Riquelme. E quando o meia do Boca Juniors, que pode voltar a Espanha para defender o Atlético de Madri, recebe uma marcação rígida, a Argentina não atua bem nesta competição. Os argentinos terão que ter o mesmo cuidado com Robinho, o melhor jogador desta Copa América. Messi já adiantou que a seleção argentina terá um jogo complicado contra o Brasil. Mas ele confia na qualidade da equipe e também disse que "o título está bem perto". Em jogo de Brasil e Argentina, porém, tudo pode acontecer. A final de 2004 mostrou muito bem como esse clássico pode ser imprevisível e cheio de supresas.

Um comentário:

Gerson Sicca disse...

No primeiro tempo eu achei que o México ia incomodar. Mas...do outro lado tinha Riquelme e Messi. Aí fica difícil.